Quem acompanha os conteúdos aqui do Adrenaline sabe que sempre mencionamos algumas etapas importantes na hora de montar um PC. Uma delas, sem dúvida, é o momento de encaixar o processador na placa-mãe, cuidando sempre para não quebrar os milhares de pinos que estão ali, seja direto na mainboard ou no CPU.
Mas alguém já se perguntou, de forma bem básica, o que é o conhecido soquete? Existem diferentes tipos, mas eles funcionam da mesma forma? Nesse artigo, vamos explicar do início o que é esse componente tão importante na hora de montar a sua máquina, que também vale para outros dispositivos.
O que é o soquete?
Considerando placas-mãe de computadores, os soquetes são “os encaixes” que as placas-mãe possuem para instalação dos processadores. Eles possuem um ou mais componentes mecânicos responsáveis pelas conexões elétricas e mecânicas entre o microprocessador e o PCB. Assim, é possível colocar e retirar o processador da sua máquina sem precisar soldar o componente. Basicamente, é uma peça usada para conectar um item a uma rede maior de componentes. Os soquetes são geralmente feitos de plástico e possuem uma alavanca ou trinca para garantir a fixação do CPU.
Soquete é o componente com o qual você vai prender/instalar seu processador no PC
Antes de comprar um novo processador, o usuário deve verificar qual é o soquete existente em sua placa-mãe. Ou o contrário: se está montando um PC do zero, é bom escolher o seu processador e em seguida uma placa-mãe compatível com aquele soquete. Como podem notar, essa parte de montar um PC gira em torno do soquete, já que comprar peças incompatíveis muito provavelmente não vai conectar, ou usuários mais descuidados até resultar em pinos quebrados e/ou equipamento danificado. E mesmo que por um milagre você dê um jeito de encaixar, igualmente não vai funcionar.
Existem diversos tipos de soquete, já que cada um deles é específico para uma fabricante ou modelo de processador que será instalado. Um exemplo bastante atual para entender isso é a décima segunda geração de processadores Intel, apelidados de Alder Lake. Esses novos CPUs trazem o novo soquete LGA 1700 mudando o soquete com que a Intel vem trabalhando nas duas gerações anteriores a nova no mercado mainstream (LGA1200) e, como consequência, quem quiser trocar seu processador terá que trocar também a placa-mãe, pois os novos CPUs não irão funcionar nas mainboards antigas.
Além disso, em teoria, sistemas de cooler atuais já não funcionariam, já que os Alder Lake seriam processadores maiores. Ou seja, além de placa-mãe e processador, você também teria que comprar um sistema de arrefecimento novo (caso não uso o que vem com os CPUs Intel). Felizmente, a Intel manterá o sistema tradicional de instalação de coolers na sua décima segunda geração. Também existem fabricantes que lançam kits de atualização que tornam seus coolers compatíveis com novos formatos através de adaptadores.

E como eu sei qual o soquete da minha mainboard?
Uma forma de saber essa informação é instalando o software CPU-Z. Ele vai te dar todas as informações necessárias. Outra maneira é dar uma olhada na caixa da sua mainboard ou processador – o modelo de soquete normalmente vai estar ali, justamente para ajudar a encontrar peças compatíveis.
“Se você pretende atualizar seu processador, o soquete em sua placa-mãe limitará as atualizações que você pode escolher. Os soquetes também moldam o futuro do hardware – sua existência faz parte do ecossistema do PC, mas não é garantido que o soquete funcione para sempre.” – Trecho de publicação do Tips and Trics.
Tipos de soquete
Muitos tipos de soquetes existiram ao longo da história, mas três são os mais relevantes hoje em dia: LGA, PGA e BGA. Os tipos PGA possuem o número de pinos de contato fixos no PCB, ou seja, na placa-mãe, e os processadores possuem o mesmo número de entradas – pequenos buracos para que seja feita a conexão. Já os LGA podem ser considerados opostos aos PGA, pois os pinos de contato estão nos processadores e as entradas na placa-mãe. Nesse cenário podemos usar como referência o AMD AM4 como PGA e Intel LGA 1200 como LGA.

Pinos de um LGA1200 de uma plataforma Intel
Os BGA são uma variante dos PGA, mas sua grande diferença é que eles precisam de solda e um trabalho mais especializado. Exemplo disso são os soquetes e processadores de smartphones – você não consegue tirar e recolocar facilmente, pois são soldados, o que também impede a realização de updates no aparelho.
Os principais tipos de soquete são LGA, PGA e BGA
– PGA: Pinos estão na placa-mãe e as entradas no processador
– LGA: Pinos estão no processador e as entradas na placa-mãe
– BGA: Variante dos PGA, mas precisa de solda

Subtipos de soquete
Apesar de existirem três tipos de soquete principais hoje em dia, se engana quem acha que qualquer processador com um tipo de soquete se encaixará em qualquer placa-mãe. Não é qualquer processador Intel que encaixa com uma placa-mãe LGA1200, por exemplo, já que LGA é uma categoria e não um modelo específico.
LGA é uma categoria e não um modelo específico
Vamos usar novamente a Intel para entender. O “lado azul da força” dá o nome dos seus soquetes LGA com base no número de pinos existentes. O LGA1155 tem 1.155 pinos individuais no soquete, o LGA1156 tem 1.156 pinos, o LGA1200 tem 1.200 pinos e assim vai. Nessa situação, um processador construído para um soquete específico só funcionará com esse soquete mesmo que o número de pinos seja incrivelmente semelhante. Um único pino faz a diferença aqui.
Em gerações passadas a Intel inclusive manteve o mesmo soquete para gerações de processadores diferentes, dessa forma apesar do processador encaixar, se ele não fosse compatível com a placa-mãe, não funcionava.
Para entender um pouco melhor, aqui vai mais um exemplo: o Intel 386, primeiro processador famoso da empresa, usava um soquete PGA de 132 pinos. Ou seja, os 132 pinos existentes para fazer a conexão com o sistema eram presos na placa-mãe, enquanto o processador tinha 132 entradas para eles. Vale mencionar aqui que a Intel usa soquetes no estilo PGA, enquanto a AMD modelos LGA.

A AMD usa uma abordagem diferente para os nomes dos seus soquetes, priorizando a compatibilidade. Ela usa nomes mais amplos, como AM3 e, se atualizar ocasionalmente, coloca um “+” no nome – mas normalmente mantém a compatibilidade.
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